A Rua André de Barros é a primeira via de Curitiba a receber as pinturas de sinalização indicando velocidade máxima de 40 quilômetros por hora da Área Calma. Lançado pela Prefeitura na semana passada, o projeto está sendo implantado para melhorar a convivência no trânsito, estimular o compartilhamento do espaço por diferentes tipos de transporte e aumentar a segurança para pedestres, ciclistas e motoristas, reduzindo o número de acidentes na região central da cidade.

A Área Calma é delimitada pela Rua Inácio Lustosa, Rua Visconde de Nacar, Rua André de Barros, Rua Mariano Torres, Rua Luiz Leão e Avenida João Gualberto. A fiscalização do respeito aos limites de velocidade nas ruas do perímetro deverá ser iniciada no dia 16 de novembro.

A nova sinalização continuará a ser implantada nas próximas semanas, quando também serão desenvolvidas atividades educativas, com distribuição de materiais para pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas explicando o funcionamento da Área Calma.

O projeto ainda prevê a revitalização da sinalização já existente na região e a construção ou adaptação de rampas de acessibilidade para melhorar as condições de deslocamento para pessoas com mobilidade reduzida. Haverá, ainda, a instalação de vagas vivas (parklets) em alguns pontos, substituindo vagas de estacionamento existentes.

Veja o mapa da Área Calma aqui

Em mais um passo para humanizar o espaço público da cidade, a Prefeitura de Curitiba está implantando na região central da Área Calma – perímetro dentro do qual os veículos deverão circular a uma velocidade máxima de 40 quilômetros por hora. A redução de velocidade, já adotada com bons resultados em outras grandes cidades, será fiscalizada a partir de novembro.

A região tem 133 cruzamentos semaforizados, dos quais 12 serão monitorados por fiscalização eletrônica (radares) para garantir o respeito à velocidade máxima de 40km/h e o respeito à sinalização. Radares estáticos (colocados sobre tripés) também serão utilizados na fiscalização do trânsito na Área Calma.

A Prefeitura também realizará um plano especial de manejo e plantio de árvores na região da Área Calma, para aumentar a absorção de poluentes e melhorar a qualidade do ar – no perímetro delimitado, estão localizados diversos espaços verdes da cidade, como o Passeio Público e as praças Santos Andrade, Tiradentes, Carlos Gomes, Osório e Rui Barbosa.

Velocidade x acidentes

A Prefeitura de Curitiba participa desde 2010 do projeto Vida No Trânsito, uma ação mundial que tem como meta diminuir os números de mortes no trânsito das cidades participantes em 50% em 10 anos (até 2020). Organizado pelas secretarias municipais da Saúde e de Trânsito e realizado em parceria com órgãos municipais, estaduais e federais e com entidades da sociedade civil, o projeto faz análises dos acidentes com vítimas fatais ocorridos em Curitiba, identificando os principais fatores e condutas de risco.

Nas análises realizadas desde o início do projeto, os principais fatores e condutas de risco que levam a acidentes fatais são ligados à alta velocidade dos veículos, ao desrespeito à sinalização existente e também a problemas na infraestrutura.

A região central de Curitiba concentra um grande volume de pedestres. Por ali circulam diariamente em torno de 700 mil pessoas, na maioria usuários das 200 linhas de ônibus que passam na área, com 21 locais de paradas (entre terminais, pontos e estações), e que se destinam a locais de grande concentração, como praças, hospitais, shoppings e o setor histórico.

Entre 2012 e 2014, foram registrados 1.173 acidentes na região central, que inclui a Área Calma, dos quais 106 resultaram em mortes – e, destes, a maioria foram atropelamentos (46) e colisões (41).

“Estudos realizados no mundo inteiro mostram que a partir de uma velocidade de 40km/h do veículo, o risco de um pedestre morrer ao ser atropelado aumenta exponencialmente”,  diz o diretor de engenharia da Secretaria Municipal de Trânsito, Mauricio Razera. Com o veículo a 40km/h, há 20% de risco de lesão fatal; a 50km/h, o risco sobe para 50%; a 60km/h, chega a 80%; e, a partir de 70km/h, 100% de risco. “Quanto maior a velocidade, menor o tempo para o condutor frear e evitar um acidente, pois o veículo numa velocidade maior percorre uma distância também muito maior antes de frear completamente”, explica.

A Área Calma envolve todos os que participam do trânsito na cidade, com enfoque na segurança dos mais vulneráveis – pedestres e ciclistas. “A diminuição da velocidade e a convivência pacífica são fatores para a redução de acidentes e atropelamentos. Com os veículos circulando em velocidade mais baixa na região central, a convivência entre pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas deverá se tornar mais segura e harmoniosa, permitindo um maior compartilhamento das vias e sem a perda da mobilidade nessa área da cidade”, diz a secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli.